Indústria 4.0: Definindo passos e processos de uma cadeia produtiva
A cadeia produtiva na indústria 4.0 é parte integrante do tripé estrutural de um sistema operacional
A cadeia produtiva na indústria 4.0 é parte integrante do tripé estrutural de um sistema operacional
Nesta 10ª edição, fechamos o primeiro bloco de dez artigos da nossa coluna Fábrica Inteligente, pelo portal Indústria 4.0, pelos quais conseguimos abordar, até agora, os principais elementos para se construir o alicerce operacional de uma indústria 4.0.
Em nossa coluna, tenho procurado uma abrangência básica, simples e modular para cada um dos assuntos até aqui discutidos, tentando utilizar uma linguagem simplificada e de fácil entendimento, mesmo para aqueles que pretender iniciar agora uma jornada na indústria 4.0. Os tópicos abordados, no entanto, são essenciais para qualquer tipo ou modalidade de operação, independentemente do grau de automação aplicado, sendo ela geração 4.0 ou não. Aplique o tempo que for necessário para o desenvolvimento de uma base minuciosamente planejada, utilize essa base com disciplina e terá um sistema operacional eficaz e amigável.
Como abordado na coluna de número 5, a cadeia produtiva na indústria 4.0 é parte integrante do tripé estrutural de um sistema operacional, junto ao plano mestre de negócio e banco de dados. Estes três pilares, além de prioritários, são indispensáveis para a implementação de qualquer projeto de digitalização e automação.
Nesta edição, iremos descer um nível e abordar, em um segundo plano, a formatação de uma cadeia produtiva (primeiro plano), sendo eles os seus “passos” e respectivos “processos”.
A formatação de uma cadeia produtiva inicia-se com a definição de qual será sua abrangência total, isto é, entender onde começa e onde termina seu monitoramento, conforme suas necessidades operacionais. Ela pode incluir somente os passos internos de uma organização como também pode abranger seus fornecedores e até mesmo seus clientes. O ponto importante é monitorar somente o que realmente for necessário para controlar os principais indicadores da operação.
Continua depois da publicidade |
A cadeia produtiva, com todos os seus passos e processos, deve ser reproduzida em formato digital dentro de um mesmo sistema operacional e de maneira exatamente idêntica ao que acontece fisicamente nas operações, estejam elas onde estiverem.
Vamos agora à formatação dos passos e seus respectivos processos:
São os elos principais de uma corrente em movimento sequencial e continuo e que podem ser organizados por tipos de departamentos e/ou por tipos de tecnologia aplicada na fabricação de um produto ou serviço. Apesar de considerarmos cada passo um evento distinto, todos os passos de uma cadeia produtiva devem interagir entre si, formando assim uma relação cliente-fornecedor por meio da qual existirá entre eles as obrigações, os deveres, prazos e especificações a serem cumpridas.
Os passos de uma cadeia produtiva podem ser compostos por um ou mais processos, porém, é indispensável a manutenção da cadência do tempo de operação entre eles. Não existe um padrão definido para esta composição, no entanto, é logico que, quanto mais passos existirem em sua cadeia, melhor será a sinergia entre o planejado e o executado, melhor será a qualidade dos dados e melhor será o acompanhamento operacional dos processos. Quanto mais cadenciado for o conjunto de passos de uma cadeia produtiva, maior será o nível de controle sobre o fluxo de material, mais rápido será o tempo de resposta para correções de “não conformidade”, menor será a quantidade de material em processo e melhor será o aproveitamento da capacidade dos equipamentos e mão de obra disponível.
Uma perfeita analogia pode ser feita entre uma cadeia produtiva perfeita e uma corrente de bicicleta: em ambos os casos, todos os elos (os passos) movimentam-se sempre no mesmo sentido e na mesma velocidade.
Logicamente, existem entraves para a cadeia produtiva perfeita, em função das variedades e características dos processos existentes. Por exemplo, na existência de processos de industrialização, tipo injeção de alumínio em que os lotes econômicos são evidentes fica praticamente impossível se cadenciar com o resto da cadeia. Portanto, nesses casos, podem ser criados bancos de peças geridos por um Kan-Ban, absorvendo assim possíveis variações.
São o conjunto de todos os procedimentos e movimentos executados em determinadas operações. O sistema operacional deverá buscar no banco de dados todas as informações de cada um desses processos, receber via digital todas medições do que está sendo produzido, comparar e atualizar o banco de dados. Tudo on-line e na frequência que a cadeia produtiva determinar.
Os processos propriamente ditos são aqueles que contêm os procedimentos de fabricação e montagem de determinado item ou conjunto, os planos de controle de qualidade e especificações, controles de quantidades/tempos padrão e rastreabilidade.
Muito importante o sistema operacional ser capaz de acompanhar a evolução das informações e alertar possíveis desvios nos processos em execução, porém, o acompanhamento em tempo integral pelos operadores e indispensável. Respostas rápidas são cruciais para a eficácia do sistema operacional. São detalhes indispensáveis na documentação de um processo:
Todas as entradas do processo:
Os melhores processos são aqueles que qualquer um entende só de olhar, sem precisar perguntar. Caixa-preta só funciona para mágicos!
*Imagem de capa: Depositphotos
Gostou? Então compartilhe: