AEA debate manufatura da indústria automotiva nacional
Seminário de Manufatura promovido pela entidade trouxe especialistas renomados
26/09/2018Seminário de Manufatura promovido pela entidade trouxe especialistas renomados
26/09/2018Potencializar a vocação da manufatura da indústria automotiva nacional por meio amplo debate. Essa foi a proposta da AEA - Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, ao promover ontem, 20/9, o Seminário de Manufatura Automotiva 2018 - Indústria 4.0 no Brasil: Tecnologias Habilitadoras – Manufatura Aditiva, no auditório da Unip, em São Paulo.
O evento apresentou, debateu e discutiu os potenciais usos, gargalos e estratégia da manufatura aditiva para inserção da indústria nacional na 4ª Revolução Industrial. “É um momento estratégico, vindo para brindar esse evento que chega em sua terceira edição. O Brasil tem a vocação para a produção e precisamos estimular a competitividade e a sobrevivência e em toda cadeia produtiva, desde os fornecedores, cadeia principal e montagem”, disse Edson Orikassa, presidente da AEA.
O evento da entidade teve início com palestra de abertura: A Indústria Avançada no ambiente da Ciência, Tecnologia e Inovação, ministrada por Eliana de Azambuja, coordenadora Geral de Serviços Tecnológicos, MCTIC – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Exibiu um projeto elaborado com estratégia de manufatura avançada iniciado em 2015. Denominado ProFuturo – Produção do Futuro –, foi desenvolvido em parceria com empresas, universitários e especialistas do setor e traz cinco temas principais de atuação: Tecnologias, Capital Humano, Cadeira Produtiva , Infraestrutura e Regulação, sendo que cada um traz desafios, metas e ações como sugestões.
Outra ação do projeto é o mapeamento das iniciativas brasileiras da Indústria 4.0 em parceria com Senai; esta traz a identificação das iniciativas em indústria avançada em andamento no pais. “Essas informações servirão para subsidiar os próximos passos da implementação do ProFuturo”, afirma a coordenadora.
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A programação do seminário da AEA contou com três painéis com quatro palestras em cada ministradas por especialistas renomados do setor e minuciosamente selecionados pela comissão organizadora da entidade, liderada por Carlos Sakuramoto, coordenador do Seminário de Manufatura Automotiva 2018.
Os trabalhos do Painel I – “Estratégia de Manufatura Avançada” - foram abertos com a apresentação ‘Manufatura Aditiva: A simulação acelerando o processo da implementação’ do engenheiro de Suporte e Aplicação da ESI, Rodrigo Morishita. O palestrante compartilhou a experiência da empresa com ciência dos materiais e como a manufatura aditiva pode contribuir na implementação deste processo.
“Por meio da manufatura aditiva podemos desenvolver novos design de peças com maior de liberdade nos formatos, agregando valor para o componente final. O processo traz ainda com vantagem a redução das etapas de montagem, além da flexibilidade, redução do desperdício de materiais e simplificação dos tratamentos digitais. É um novo processo que traz novas possibilidades e novos desafios”, disse Morishita.
Em “Estratégia de Manufatura Aditiva”, Gustavo Reis de Ascenção, pesquisador do Instituto SENAI de Inovação, levou ao público três opções de caminhos para inserção da manufatura aditiva no processo industrial e um resultado de sucesso: a redução drástica do preço de uma peça de US 40,00 para US 4,00 (-90%), além da redução de horas dedicadas no processo de fabricação.
O palestrante Dr. Marcio Cruz, engenheiro de Manufatura da Embraer difundiu o tema “Um método para fabricação de aditivos (DFAM) de peças leves de metal direto”. Já o diretor de Manufatura da AEA, Carlos Sakuramoto, trouxe “Uma visão intrigante da Industria 4.0”, título de sua apresentação.
Para Sakuramoto, a 4ª Revolução Industrial vai ser um sucesso quando houver a integração da visão computacional, manufaturada aditiva, inteligência artificial, processamento de altíssima qualidade, sensores, loT, atuadores inteligentes, entre outros. E tudo isso somado à percepção de que um novo tipo de consumidor, podemos batizá-los de cliente 4.0, está surgindo em nossa sociedade, em meio a diversidade, ao empoderamento da mulher, gerações cada vez mais conectadas e preocupadas com a sustentabilidade, e este novo consumidor, cada vez mais inteligente, precisa ser atendido.
O primeiro painel do seminário foi encerrado após amplo debate envolvendo o público presente mediado por Adriano Griecco, gerente de Assuntos Governamentais Regulatórios da General Motors.
“Tecnologia de Equipamentos de Manufatura Aditiva” foi o mote escolhido para as apresentações do Painel II, aberto com a palestra “Máquina híbrida – Manufatura Aditiva e Usinagem em um mesmo equipamento”, ministrada por Gerson Martins, chefe de Marketing e Inteligência de Mercado da ROMI.
Qual a estratégia para responder a 4ª. Revolução Industrial? Quais as formas tecnológicas que transformam a indústria? As questões foram levantadas por Fabio Andreosi, diretor de Produtos da PLMX em apresentação “Manufatura Aditiva como transformador do processo de desenvolvimento”. Para ele, hoje a indústria busca alterar a forma como os produtos ganham a vida com base na demanda do consumidor que deseja algo exclusivo e único.
Ainda de acordo com o diretor da PLMX, para medir a maturidade da indústria 4.0 é preciso verificar os indicadores de qualidade, obter sucesso na entrega exclusiva para o cliente sem custo adicional ou extensão de prazo, elevando ainda a capacidade para atingir uma produção digital.
A manufatura aditiva é um pilar da manufatura avançada, em fase de inserção no chão de fábrica e já uma realidade para a indústria automotiva. Na apresentação “Manufatura Aditiva: A tecnologia que executa a estratégia – Qual o Potencial e qual o limite?”, Jhonattan Gutjahr, pesquisador do Instituto SENAI de Tecnologia e Inovação, afirmou que o maior desafio é torná-la viável quando em maior quantidade. “É preciso reduzir custos e aumentar produtividade e, para isso, o desenvolvimento de novos materiais com o uso de técnicas de controle que permitem medir o processo e inferir em mudanças para melhorar a qualidade”, afirmou Gutjahr.
O gerente do Departamento de Bens de Capital, Mobilidade e Defesa, do BNDES, Luiz Daniel Willcox, trouxe proposta construída dentro da instituição em apresentação “Uma visão política industrial para o Brasil – resultados a partir de uma proposta de matriz tecnológica”.
“Tecnologia em materiais ou prós e contras da implementação da manufatura avançada” foi o tema escolhido para discorrer as apresentações do Painel III. O pesquisador da MackGraph, Pablo Andrés Riveros Muñoz, em palestra “O Potencial do Grafeno na Manufatura Aditiva”, mostrou as vantagens com o uso deste material obtido por meio do grafite, como baixos teores de carga, aumento de propriedades mecânicas, redução de viscosidade e maior resistência a radiação UV. Já a palestra “Manufatura Aditiva: Desafios no Mercado Aeroespacial - Lições Aprendidas para a Indústria Automotiva” foi exibida ao público por Jens Immohr, da P3 Group.
Hybrid Twin são soluções de software e serviços de engenharia visando confiabilidade, operações e manutenção de sistemas ciberfísicos que requerem a integração dinâmica de soluções de engenharia virtual ESI com dados da IoT. O conteúdo foi apresentado em palestra “Hybrid Twin: o futuro da Indústria 4.0”, ministrada Silvio Alano, gerente da ESI.
O Painel III foi encerrado após apresentação “Contribuição AEA para Políticas de Incentivo em Manufatura Avançada - Indústria 4.0”, por Felipe Fanti, membro da Comissão Técnica da entidade. O objetivo da AEA é promover fórum neutro de discussão entre todas as partes interessadas.
O Rota chega com metas obrigatórias de eficiência energética e nós manufatureiros somos o escopo desta nova política; aqui temos uma oportunidade baseada em critérios de amortizar investimentos por meio de incentivos fiscais”, disse Fanti, que exibiu uma proposta da AEA para ser analisado pelos órgãos do governo, para que, caso aprovada, possa fazer parte da regulamentação do Programa. A proposta da AEA consiste em quatro etapas.
A primeira é a Verificação do Enquadramento do Projeto, seguido da Identificação do nível Acatech atual e nível desejado. A terceira etapa consiste na Identificação do legado deixado para o Páis, sendo que a quarta é a quantificação do incentivo do Projeto (fator de elegibilidade). Os próximos passos desta regulamentação, segundo Fanti, são: propor e discutir o modelo com os órgãos do governo e caso aprovado desenvolver proposta de template para facilitar futuras auditorias.
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