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Simulação e Indústria 4.0 - Parte 3

Por: Bruno B. Diegoli      08/03/2021

As postagens anteriores (Parte 1 e Parte 2) apresentaram a relação entre simulação e Indústria 4.0. Porém, não explicaram como e quando a simulação entra na chamada “jornada 4.0”.

Se este termo não lhe é familiar, vou resumi-lo da seguinte forma: nenhum fornecedor (nem mesmo a Amazon) tem no estoque uma caixa de Indústria 4.0 para te vender. Trata-se de um processo em etapas, em que você inicia coletando e digitalizando dados, e, progressivamente, vai inserindo mais inteligência e autonomia ao seu processo. Se bem realizado, ganhos são obtidos a cada novo passo, pavimentando o caminho para o próximo. 

Índice de maturidade I4.0
(Fonte: Using the Industrie 4.0 maturity index in Industry, RWTH Aachen University)

A simulação, mesmo sendo uma das tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, já existia muito antes dela, como ferramenta de diagnóstico, previsão e otimização de processos. Ela responde às perguntas dos degraus 3, 4 e 5 do índice de maturidade mostrado acima: O que está acontecendo? Por que está acontecendo? O que irá acontecer?

A diferença é que, servindo-se apenas da simulação (sem a Indústria 4.0 de acompanhamento), você a alimenta com dados históricos do processo (via planilhas, por exemplo), e a executa manualmente (uma vez por dia, por semana ou por mês). Se você optar por um combo completo (simulação + Indústria 4.0 + fritas e refri), você obtém um Digital Twin, que utiliza os dados instantâneos do processo para simular cenários e suportar a tomada de decisões em tempo real.


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O Digital Twin não tornou a simulação nua e crua obsoleta; ele é uma opção, assim como as demais tecnologias habilitadoras, para processos e desafios mais complexos. 

A vantagem da simulação é que ela pode ser uma ótima porta de entrada para a Indústria 4.0, pois permite um “tour” pelos degraus de cima com investimentos relativamente baixos, já que atualmente existem alternativas para os altos custos de licença de software do passado. E, agradando o resultado, pode-se descer alguns degraus, integrar o mesmo modelo de simulação aos dados do processo em tempo real e a magia acontece. Tem-se um Digital Twin - bem-vindo à Indústria 4.0! -, e os ganhos apareceram antes dele.   

Você pode aproveitar este ganho antecipado - financeiro e moral - para adquirir um robô colaborativo, ou uma nova máquina de café. 

Referências

- Ferreira, W.P., Armellini, F., Santa-Eulalia, L. A. (2020). Simulation in Industry 4.0: A state-of-the-art review, Computers & Industrial Engineering 149.
- Using the Industrie 4.0 maturity index in Industry, RWTH Aachen University, disponível neste link.
*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Bruno B. Diegoli

Engenheiro de Controle e Automação (UFSC) e Sócio-Proprietário da Ledefi Automação.

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