Li certa vez um artigo que comparava Machine Learning a sexo na escola: todos falam sobre, poucos sabem como fazer, e só seu professor está fazendo. Minha impressão é a de que, na metáfora da Indústria 4.0 no Brasil, o professor seja casado: talvez nem ele faça. :(
Brincadeiras à parte, falemos sobre a Indústria 4.0. Em resumo, ela engloba uma série de ferramentas inovadoras - também chamadas de “tecnologias habilitadoras” - visando construir o conceito de fábricas inteligentes.
A simulação é, enfim, uma dessas tecnologias.
Dentro do contexto da simulação, os Digital Twins são a coqueluche do momento. Não à toa, a consultoria Gartner os colocou dentre as top 10 tendências tecnológicas nos últimos quatro anos (mais recentemente ela vem inserindo os Digital Twins dentro de um termo mais abrangente chamado “Hyper Automation”).
A realidade no Brasil, porém, está aquém da expectativa. Um relatório da Confederação Nacional da Indústria de 2018, sobre investimentos em Indústria 4.0, mostra os Digital Twins na lanterna da aplicação em grandes empresas, com apenas 9%, enquanto outras tecnologias como Big Data já alcançam 21%. Segundo o relatório: “O baixo percentual de empresas que utilizam tecnologias digitais mais avançadas (como manufatura aditiva; robôs colaborativos; sistemas inteligentes de gestão; simulações e análises de modelos virtuais; e internet das coisas) não surpreende. O avanço para essas aplicações significa uma transformação maior no modo de produção e modelo de negócio. A maior parte das indústrias brasileiras ainda está no processo inicial de incorporação das tecnologias digitais.”
Para piorar (para os Digital Twins), o mesmo relatório aponta a tendência das empresas - 60% delas - em investir em tecnologias que já utilizam. Tal concentração ocorre principalmente na automação digital com sensores e controladores - a Indústria 3.0 -, indicando que a “revolução industrial” anterior ainda não se completou.
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Bem, essas eram as más notícias. Boas novas - e uma nova postagem - virão.
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