Primeiramente, vamos recordar alguns princípios básicos de uma Fábrica Inteligente, como a seguir:
autocontrole e autoajuste sem intervenção humana;
tomada de decisões automatizadas e com respostas imediatas;
manutenção da conformidade dos indicadores;
operação contínua em modo online;
sua inteligência pode ser medida pelo número de intervenções humanas existentes na sua Cadeia Produtiva.
Relembrando as principais premissas básicas de uma Fábrica Inteligente, chegamos ao ponto de qual seria a gestão ideal a ser aplicada e como se chegar a uma alternativa viável e satisfatória para cada projeto.
Sabemos que uma Fábrica Inteligente tem como sinônimos as tecnologias digitais e a automatização de todos os seus passos e processos, o que, nos dias de hoje, sempre nos leva a altos patamares de investimento.
Nessas horas, é muito importante a conscientização de que tudo tem um custo e uma depreciação, e as variáveis são inúmeras. Portanto, o segredo está em elaborar um projeto que atenda às necessidades primordiais da operação, dentro das possibilidades financeiras e tecnológicas disponíveis naquele momento.
Ao meu ver, primeiramente deve-se fazer uma reflexão sobre os pontos-chave da Cadeia Produtiva, sempre utilizando um raciocínio lógico e prático junto às principais variáveis, como facilidades e dificuldades existentes, além de prováveis gargalos a serem acomodados no Sistema Operacional.
Também vale lembrar a famosa regra básica: o que eu quero, o que realmente preciso e o que posso comprar.
Esta é a chave que abre a porta para o mundo real, onde, além das razões financeiras, também existem razões pessoais e profissionais, motivos técnicos e operacionais, com soluções mais ou menos criativas e eficazes.
Não é uma equação fácil de ser resolvida, portanto, toda a atenção dos planejadores do projeto deve estar voltada para ela.
Nessa equação, temos que calcular e simular vários critérios de gestão operacional e definir como ajustá-los no contexto do projeto total, de maneira satisfatória e com segurança quanto ao retorno do investimento.
Alguns lembretes importantes para a resolução dessa equação a seguir:
Balancear as intervenções entre “humanas” e “automatizadas” na Cadeia Produtiva
Na grande maioria dos projetos, o financeiro é sempre um dos fatores mais limitantes no contexto. Portanto, quanto maior for o nível de automatização a ser aplicado, maior será o investimento necessário para implementá-lo.
Em contrapartida, menor será o número necessário de gestores/operadores humanos na gestão. Nessas circunstâncias, é extremamente importante o alinhamento e o balanceamento dos fatores de controle e tomada de decisão, conforme a disponibilidade financeira ou de mão de obra profissional.
Definir as características de controle de cada passo e de cada processo como: totalmente automatizados, híbridos ou totalmente manuais
O nível de capilaridade da automatização pode ser ajustado conforme a necessidade de cada processo, mas deve ser equalizado de maneira criteriosa entre todas as demais etapas existentes na Cadeia Produtiva.
De nada adianta um processo totalmente automatizado e outro, com o mesmo grau de dificuldade, ser totalmente manual. Portanto, a coerência na aplicação de qualquer investimento deve ser lógica e criteriosa.
Definir o grau de criticidade de cada passo ou processo
Fatores como capital disponível, tipo de produto a ser fabricado, disponibilidade de mão de obra específica, viabilidade local de matéria-prima e fornecedores, disponibilidade de equipamentos e peças de reposição, plano de contingência e manutenção preventiva, além de demais detalhes técnicos do produto.
Elencar os passos e processos em níveis conforme sua criticidade, como a seguir:
processos totalmente autocontrolados;
processos híbridos;
processos controlados manualmente.
A combinação ideal dessas alternativas pode obter o perfeito balanceamento entre valores de investimento em automação e estrutura organizacional.
Eliminar funções em duplicidade
Se um determinado processo operacional tem automação suficiente para se autocontrolar, não deveria haver motivos para a existência de um controle feito em paralelo pela gestão humana.
Criar indicadores específicos, temporários ou não, para cada nível de criticidade operacional, conforme cada passo ou processo do fluxograma da Cadeia Produtiva
Armazenar sempre o histórico, pois é ele que guarda a inteligência
Resumo: A Gestão Ideal de uma Fábrica Inteligente é aquela cujo foco está concentrado nas operações que agregam valor ao negócio e que acomodam as disponibilidades técnicas e financeiras do projeto, garantindo assim a eficácia do Sistema Operacional e a Qualidade Assegurada do produto final.
Faça o que é possível, porém faça bem feito!
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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