Engenharia reversa e a manufatura aditiva

Indústrias estão colocando a produção das peças por meio da manufatura aditiva na rotina da engenharia reversa

Por: Luan Saldanha Oliveira      19/12/2023

A engenharia reversa é definida pela Society of Manufacturing Engineering (SME) como um processo que utiliza um produto acabado e reconstrói dados de projeto em um formato a partir do qual novas peças possam ser produzidas.

Algumas situações em que a engenharia reversa pode ser aplicada são:

  • Aftermarket: peças antigos que não são mais encontradas no mercado ou até mesmo não são mais produzidas (realiza-se a engenharia reversa, para posterior manufatura da peça);
  • Indisponibilidade de arquivo 3D CAD: quando está projetando algo novo, que tem semelhança com um produto existente; ou para alterações de peças ou ferramentas devido não disponibilidade do arquivo CAD 3D mais atualizado, não sabendo qual arquivo corresponde realmente a peça fabricada; etc;
  • Entre outras.
Fonte: Creaform

Com a evolução das tecnologias, o escaneamento de peças para criação de um modelo 3D computacional é a forma mais comum de realizar engenharia reversa, permitindo que a peça possa ter sua geometria alterada e possibilitando, inclusive, pensar no design para outro método de manufatura, diferente do original que foi produzido.

Além disto, é possível também obter dados da peça através da engenharia reversa, com o objetivo de inspecionar sua geometria, assim como validar medidas das peças. Outra opção de fazer a engenharia reversa é verificando as dimensões da peça de forma manual e construindo (desenhando) o modelo em um software 3D.

Modelo sólido produzido a partir da malha gerada no escaneamento. Fonte: Formlabs

O escaneamento das peças deve considerar a precisão da digitalização, pois isto pode impactar nos resultados desejados. Ao realizar o escaneamento, é criada uma nuvem de pontos para posterior criação do modelo sólido 3D em softwares específicos (modelo CAD 3D).


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Algumas vantagens da engenharia reversa:

  • Economia de tempo e trabalho;
  • obter alterações posteriores de objetos, que não estavam refletidas no CAD 3D;
  • identificação de potenciais fontes de erro nas peças, antes do início da produção.

Alguns limites da engenharia reversa:

  • Acima de uma determinada dimensão, alguns objetos não conseguem ser digitalizados;
  • material com alta densidade pode interferir na digitalização;
  • digitalização de peças com diferentes materiais pode apresentar dados incorretos.

Uso na manufatura aditiva

A partir do modelo 3D obtido na engenharia reversa e transformado em arquivo CAD 3D surgem diversas opções de utilização deste arquivo digital. Um deles é o uso na manufatura aditiva. É possível fabricar as peças inicialmente para validar o modelo criado. Ou também para rapidamente fazer uma peça duplicada para sua imediata utilização.

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Diversas indústrias podem ser beneficiar deste tipo de solução, sendo uma opção cada vez mais utilizada. Muitas indústrias, inclusive, estão colocando na rotina da engenharia reversa a produção das peças por meio da manufatura aditiva.

Verificação geométrica e dimensional de peças fabricada por MA. Fonte: Creaform

Além disto, com o uso da manufatura aditiva é possível também testar diversos modelos, com diferentes materiais e diferentes orientações, para a obtenção de um melhor resultado. Isto pode ajudar a obter informações para tomada de decisão do melhor design final da peça que se deseja.

Cases e benefícios

Alguns exemplos de uso da engenharia reversa e manufatura aditiva são apresentados abaixo:

  • Loja de restauração/manutenção de automóveis

Fonte: PLMGroup
  • Órteses e próteses para pessoas, através do escaneamento

Fonte: PLMGroup
  • Peças de reposição

  • Gabaritos de montagem

  • Peças em escala

  • Réplicas/presentes

Réplica de carro de fórmula 1. Fonte: Artec3D

Para entender melhor o passo a passo sobre processo da engenharia reversa, sugiro a leitura deste artigo

E você, já usa a engenharia reversa e a manufatura aditiva integradas?

 

*Imagem de capa: Depositphotos

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Luan Saldanha Oliveira

Luan Saldanha Oliveira

Luan Saldanha é engenheiro Mecânico com mestrado em Engenharia de Sistemas e Produtos. Possui experiência em projetos de inovação e desenvolvimento de produtos. É apaixonado pelas tecnologias da Indústria 4.0, como Manufatura Aditiva, softwares de engenharia (CAD, CAE, CAM), Realidade Aumentada, Realidade Virtual, IoT, entre outras. Já teve experiência em estudar e morar em Portugal, ser sócio de startup e empresa de engenharia, ser professor de graduação para alunos de engenharia mecânica e trabalhou com Manufatura Aditiva. Atualmente trabalha como especialista em inovação industrial. Busca trazer artigos e notícias relacionado ao mundo da Impressão 3D e da Indústria 4.0!