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Empresas reforçam resiliência com regionalização e digitalização

As empresas com engenharia, suprimentos, produção e operações mais resilientes alcançaram um crescimento adicional de 3,6% na receita anual durante períodos de interrupções

Por: Redação CIMM      06/11/2023 

Empresas em todo o mundo estão intensificando seus esforços para se tornarem mais resistentes a interrupções, com um foco renovado na compra de itens essenciais de fornecedores regionais e na produção local. Isso é o que revela o estudo Resiliency in the making, relatório da Accenture, que destaca a crescente preocupação das organizações em melhorar sua capacidade de se adaptar a eventos disruptivos.

De acordo com a pesquisa, 65% das empresas planejam comprar a maioria de seus itens essenciais de fornecedores regionais até 2026, um aumento significativo em relação aos 38% atuais. Além disso, um impressionante número de 85% das organizações pretende produzir e vender a maioria de seus produtos na mesma região até 2026, quase dobrando em relação aos 43% atuais. Essa tendência reflete a busca por maior resiliência e uma menor dependência de cadeias de suprimentos globais.

No entanto, o estudo destaca que a resiliência não é alcançada apenas por meio da regionalização das compras e da produção, mas também requer um aumento na maturidade digital das empresas. Investimentos em dados, inteligência artificial (IA) e soluções como gêmeos digitais desempenham um papel fundamental na criação de cadeias de suprimentos reconfiguráveis e na capacidade de tomar decisões descentralizadas e em tempo real. Esses recursos também permitem o desenvolvimento de produtos dinâmicos e sustentáveis.

Os últimos anos têm visto um aumento nos eventos e incidentes que interrompem as operações das empresas, devido a fatores como mudanças geopolíticas, condições climáticas extremas, avanços tecnológicos e escassez de materiais e talentos. Como resultado, muitas empresas perderam receitas substanciais e buscam aumentar sua resiliência.


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Em 2021 e 2022, as empresas perderam cerca de US$ 1,6 trilhão em receitas anuais adicionais devido a alterações em suas operações. Ao mesmo tempo, as empresas mais resilientes alcançaram receitas anuais 3,6% mais elevadas do que as menos resilientes, destacando a vantagem econômica da resiliência.

Para atingir esse objetivo, as empresas estão aumentando seus investimentos em digitalização, automação e realocação de instalações de fornecimento e produção. A pesquisa prevê que esses investimentos aumentarão de US$ 1 bilhão em 2023 para pelo menos US$ 2,5 bilhões em 2026.

"A resiliência se tornou uma oportunidade de crescimento, não apenas uma estratégia de sobrevivência. Aproveitar essa oportunidade exige que as empresas impulsionem a digitalização dos processos de engenharia, fornecimento, produção e operações. Soluções como gêmeos digitais e tecnologias como IA generativa podem ajudar as empresas a se adaptarem mais rapidamente a mudanças repentinas e a tomarem ações em tempo real baseadas em dados", disse Sef Tuma, líder global de engenharia e manufatura da Accenture Industry X.

Além disso, as empresas são encorajadas a redesenhar estrategicamente suas cadeias de suprimentos e produção para adotar o multi-sourcing, sem criar silos pesados ou novos gargalos, tornando-as mais transparentes e ágeis com dados e IA para impulsionar a resiliência sustentada.

A pesquisa revela que a resiliência sustentável ainda é um objetivo distante para muitas empresas, com a pontuação média de resiliência das empresas atingindo apenas 56 em uma escala de 0 a 100. Isso destaca a necessidade de um esforço contínuo e uma maior ênfase na digitalização para atingir a resiliência sustentável.

Os resultados da pesquisa são baseados em entrevistas com 1.230 executivos seniores de engenharia, produção, cadeia de suprimentos e operações de diversos setores e países. A mensagem é clara: a resiliência não é mais uma estratégia de sobrevivência, mas uma oportunidade de crescimento para as empresas que buscam se adaptar a um ambiente de negócios cada vez mais desafiador.

O relatório recomenda três áreas nas quais as empresas devem se concentrar para aumentar sua resiliência:

  • Visibilidade: As empresas devem tornar as cadeias de suprimentos e os processos de produção mais previsíveis e autônomos. Por exemplo, torres de controle inteligentes de ponta a ponta monitoram processos e analisam diferentes cenários em tempo real para detectar e corrigir problemas logo no início. Atualmente, apenas 11% têm alertas quase em tempo real; 78% precisam de pelo menos uma semana para entender completamente o impacto.
  • Resiliência no design: A transferência das atividades para o início do processo de desenvolvimento permite que as empresas obtenham produtos, processos e formas de trabalho corretos logo na primeira vez. Por exemplo, os gêmeos digitais - réplicas digitais das instalações físicas de produção até as linhas de montagem e máquinas individuais - permitem que os projetistas e engenheiros de produtos identifiquem e solucionem possíveis problemas ou defeitos do protótipo e iterem o projeto antes do início da produção.
  • Novas formas de trabalho: As empresas devem capacitar a força de trabalho em dados, IA e outras tecnologias digitais para que possam usar ferramentas preditivas e de visualização para tomar decisões orientadas por dados na linha de frente dos negócios. Hoje, apenas 17% das empresas já têm uma força de trabalho com múltiplas habilidades e alfabetização digital; 68% planejam ter uma até 2026.

 

*Imagem de capa: Depositphotos

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