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Estudo quer entender impactos do 5G no chão de fábrica

Pesquisa da Embrapii prevê uso da quinta geração móvel integrada à Indústria 4.0 em larga escala

Por: Embrapii      13/02/2023 

Uma aliança entre a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), três grandes empresas do setor de telecomunicações, duas startups e três centros de pesquisa brasileiros busca respostas para aplicação de 5G em larga escala no chão de fábrica. Empresas e academia trabalharão no desenvolvimento de software, hardware e componentes de conectividade para construção de uma plataforma em que serão validadas as aplicações industriais.

Chamado Conectividade 5G e EDGE Computing para Transformação Digital na Indústria 4.0 (EDGE5G), o projeto será desenvolvido no modelo Basic Funding Alliance (BFA), uma das ferramentas da Embrapii de fomento à pesquisa experimental. O contrato foi firmado no último dia 18 de janeiro e os trabalhos serão desenvolvidos até janeiro de 2026, com investimento previsto de R$ 9 milhões da Embrapii e R$ 900 mil dos parceiros que compõem a aliança.

“As novas tecnologias possibilitam mais eficiência no processo produtivo. Com esse projeto, avançamos na compreensão sobre o impacto da conectividade 5G integrada às tecnologias avançadas. Os resultados servirão não apenas à indústria, mas a vida das pessoas em geral”, destaca Igor Nazareth, presidente interino da Embrapii.

Aplicações testadas

A pesquisa vai criar aplicações suportadas pelo 5G, que serão testadas em uma rede privativa real, como um testbed de demonstração de Indústria 4.0. Os resultados do projeto abrangem desenvolvimentos em Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), inteligência artificial (IA), computação de borda, realidade aumentada e segurança de dados destinados a trazer ganhos de produtividade para a indústria, em diversas aplicações.

Entre elas, destacam-se o rastreamento em tempo real de um produto ou robô logístico (AGV, AMR, etc) com alta precisão (em questão de centímetros) dentro de um galpão, até a criação de alertas ou políticas de bloqueio de terminais IoT, de modo a evitar a possibilidade de comprometimento de uma planta industrial na mira de ataques cibernéticos.


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A pesquisa será desenvolvida em uma aliança entre Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), Unidade Embrapii para comunicações avançadas; do Polo de Inovação do IFPB (Instituto Federal da Paraíba), Unidade Embrapii credenciada na área de sistemas para manufaturas; e do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), Unidade Embrapii de Comunicações Digitais. Entre os envolvidos, estão ainda empresas do setor de tecnologia da informação, a Cisco, a Prysmian e a MPT Condutores, além das startups Taggen e Data Machina.

“O 5G traz uma série de oportunidades para a indústria, mas ainda carece de respostas em relação à sua aplicabilidade.  Esse projeto reúne competências de três Unidades Embrapii para buscar respostas, unir diferentes tecnologias e testar uma solução segura e acessível, sobretudo a pequenas e médias empresas. O desafio é ter, em um futuro próximo, uma plataforma nacional IoT industrial habilitada pelo 5G”, afirma Gustavo Correa, coordenador do projeto e gerente de Soluções de Conectividade pelo CPQD, Unidade Embrapii.

Impacto na produtividade

O projeto pretende potencializar a conectividade industrial com aplicação em tempo real, sensoriamento e coleta de dados industriais, a partir da integração entre as tecnologias de comunicação, incluindo 5G e computação de borda, entre outras. A expectativa é que as futuras descobertas possam ser aplicadas em diversas áreas que envolvem produção intensiva com equipamentos automatizados, como as indústrias da aviação, cosméticos e agropecuária.

Além disso, a criação da plataforma e das aplicações relacionadas vai aumentar o conhecimento sobre as tecnologias da Indústria 4.0 e mecanismos de validação, melhorar os resultados de eficiência e segurança de processos industriais e ainda garantir mais produtividade com redução de custos, estoques e acidentes nas empresas.

Outro impacto importante será a melhoria da colaboração humana com equipamentos físicos da indústria, por meio da aplicação de realidade aumentada, potencializando o surgimento de aplicações imersivas e de IoT na indústria. A convergência de tecnologias disruptivas deverá favorecer a gestão do processo industrial.

“Essa pesquisa é mais do que o 5G, pois adotará uma rede baseada no paradigma Open RAN, uma tecnologia muito nova. Quando esse projeto se propõe a construir um testbed utilizando plataformas abertas e interoperáveis, estamos dando o primeiro salto para entender o nível de maturidade dessas tecnologias. É importante propor linhas de desenvolvimento tecnológico como a desta pesquisa e, a partir disso, apresentar a aplicação dessas infraestruturas de conectividade para tecnologias avançadas de Indústria 4.0”, acrescenta Rodrigo Uchoa, diretor para Digitalização e Inovação da Cisco Brasil.

 

*Imagem de capa: Depositphotos

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