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IoT de temperatura: o que é, como funciona e principais aplicações

IoT de temperatura é recurso que ajuda indústria a operar com maior eficiência e oferecer um serviço aprimorado

Por: Evandro Eckile      30/03/2023

Cada vez mais, organizações de diversos setores estão usando IoT (sigla em inglês para internet das coisas) de temperatura para operar com maior eficiência e oferecer um serviço aprimorado, baseado em melhores tomadas de decisões. Especialmente as indústrias alimentícia e farmacêutica usam IoT para evitar perdas e prejuízos financeiros, muitas vezes causados pela imperícia do monitoramento de temperatura manual.

Sendo assim, as soluções em tecnologia e os processos para digitalização e integração das informações para análise on time se traduzem em diversos benefícios para as indústrias de todos os segmentos.

As aplicações possíveis de IoT são muitas. Mas vamos focar no monitoramento de temperatura para podermos explicar tudo o que é importante saber a respeito desse uso da Internet das Coisas.

O que é IoT de temperatura e como funciona?

IoT é a sigla em inglês para Internet of Things, que se traduz para Internet das Coisas, em português. O termo foi usado pela primeira vez em 1999, pelo cientista Kevin Ashton. Ele precisava de financiamento para uma pesquisa no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e escolheu o título "Internet das Coisas" para a apresentação que faria para executivos da Procter & Gamble.

Dez anos se passaram até que o acrônimo IoT fosse popularizado no Twitter. As pessoas tinham poucos caracteres para falar sobre o assunto, então, encontraram uma forma de sintetizar o termo.

Hoje, a expressão e o uso da IoT representa o que Ashton vislumbrava há mais de 20 anos: uma tecnologia que utiliza sensores para conectar a cadeia de suprimentos ('rede das coisas') à internet ('rede de bits') e, assim, capturar dados e transformá-los em informações úteis para o dia a dia, sem a necessidade de interação humana.


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As conexões são feitas a partir de dispositivos inteligentes, que possuem sensores com funções bem específicas. Uma delas é realizar medições de temperatura e umidade.

Esses dispositivos usam também recursos como processadores e hardwares de comunicação para coletar, enviar e estruturar os dados que capturam. As informações podem ser tanto endereçadas para a nuvem quanto podem ser armazenadas em servidores locais, no modelo chamado on premises.

Por que é importante fazer o controle de temperatura na indústria?

Existem alguns motivos para acompanhar os indicadores de temperatura na indústria. Um deles é evitar defeitos no funcionamento dos equipamentos a longo prazo. A falta de controle da temperatura das máquinas, por exemplo, pode ocasionar desde processamento de produtos fora do padrão de qualidade, interrupções na linha de produção, até acidentes com pessoas.

No caso específico da indústria de alimentos, um estudo de caso conduzido pela i3C apontou que o desvio de temperatura da matéria-prima nos caminhões de transporte era a causa do atraso no abastecimento da linha de produção. Além disso, ocorria outro problema. A alteração na temperatura fragilizava a textura do produto e isso fazia a matéria-prima render menos na produção dos alimentos.

O descontrole da temperatura ambiente também pode influenciar a produtividade dos colaboradores. Em uma pesquisa conduzida pelo CareerBuilder, 53% dos entrevistados falaram que são menos produtivos quando trabalham em um local muito frio. Já 71% dizem se sentir da mesma forma em um ambiente muito quente.

Pela Norma Regulamentadora 17 (NR-17), do Ministério do Trabalho, para as pessoas sentirem o máximo de conforto e segurança, e ter desempenho eficiente, a temperatura no ambiente deve se manter entre 20 e 23 graus.

Como a IoT evita problemas com temperatura na indústria

A Internet das Coisas contribui de diversas maneiras para monitorar a temperatura nas operações industriais. Como pode ser aplicada tanto no processo de produção como no de logística, é capaz de solucionar diversos problemas e, por consequência, gerar inúmeros benefícios, como redução de custos e maximização dos lucros.

O que promove esses resultados é o uso de sensores inteligentes de temperatura e umidade. Quando colocados em um frigorífico ou câmaras frias, locais que habitualmente armazenam produtos perecíveis, por exemplo, os sensores fornecem leituras da temperatura do ambiente. O acesso a essas informações facilita a tomada de ação rápida no caso de imprevistos que possam danificar os produtos armazenados.

Outro segmento com que os sensores de temperatura inteligente colaboram é o de Tecnologia da Informação (TI). Muitas indústrias investem em data centers para hospedar aplicativos e dados essenciais. Nesses locais, a temperatura precisa se manter estável para manutenção da performance dos roteadores, switches, firewalls, servidores e outros.

Os danos podem ser imensos se uma desatenção com a temperatura do ambiente resultar em um superaquecimento. Isso impactaria no funcionamento de praticamente toda a indústria, provocando atrasos nas entregas, na produção e descontentamento nos clientes.

O que faz o sensor de temperatura?

Dispositivos IoT identificam as variações de temperatura em determinado meio e transformam essas informações em dados para serem analisados pela gestão da área na indústria. É como se os sensores atuassem como "vigias" da temperatura e umidade, 24 horas por dia, nos sete dias da semana. 

E melhor ainda: além de "vigiar", eles ainda avisam os tomadores de decisão na hora, ou seja, transmitem dados que geram alertas em tempo real.

Por se tratar de dispositivos tecnológicos, possuem inteligência para prever problemas e até mesmo sugerir a interrupção de um processo operacional mediante o registro de alguma anomalia.

 

IOT é recurso da nova indústria. Imagem: Depositphotos

 

Qual é a durabilidade de um sensor de temperatura IoT?

Fatores ambientais, intervalo de transmissão e taxa de dados podem influenciar na durabilidade, mas, no geral, um sensor de temperatura IoT detém uma longa duração.

Os componentes principais de um dispositivo inteligente são: um sensor de captura de dados, um microprocessador e recursos de comunicação wireless.

"Para uma resposta mais eficiente frente às diversas circunstâncias, os dispositivos utilizados na indústria devem ser robustos o suficiente para coletar os dados de forma remota e programáveis para tornar possível a inclusão de novos recursos quando for necessário", orienta o CEO da i3C, Evandro Eckile.

Principais usos de soluções IoT de temperatura na indústria

Na indústria, os IoTs recebem uma nomenclatura específica: Internet das Coisas Industrial - IIoT. Isso ajuda a diferenciar o uso de aplicações gerais das utilizadas em ambiente fabril. O conceito é o mesmo. Apenas os dispositivos utilizados em cada segmento é que se alteram.

“A Internet das Coisas é um dos principais pilares da indústria 4.0 para a transformação digital dos negócios. Além de auxiliar na manutenção preditiva, colabora com a cadeia de suprimentos, para a manutenção da qualidade dos produtos, acurácia das informações de produção e tomada de decisão”, explica Evandro.

Entre os principais usos de soluções IoT de temperatura na indústria, é possível destacar quatro deles:

Logística

Sensores de temperatura e localização, quando colocados em um caminhão refrigerado, permitem acompanhar a trajetória do veículo e as estatísticas de temperatura. Assim, um caminhão que sai do pátio da fábrica pela manhã e apresenta um problema durante a viagem, não  precisa esperar chegar no destino para averiguar e resolver a situação. 

Os dispositivos implementados no caminhão enviam uma notificação para o gestor, que já pode providenciar a manutenção do veículo e informar ao motorista para redirecionar a rota para um local de assistência. Os dispositivos de geolocalização ajudam a confirmar o deslocamento do caminhão até o novo destino e o tempo que levará para chegar. Os sensores também impedem a perda da carga e evitam que a empresa tenha de arcar com prejuízos no caminhão. Além disso, permitem agilidade para solucionar eventuais problemas e garantir a entrega do produto intacto.

Manufatura

Os dispositivos IoT podem ser usados na produção industrial para monitorar a temperatura, a velocidade de extrusão, o ciclo de operação e a pressão das máquinas da fábrica. A aplicação de IoT de temperatura nos processos de automação industrial:

  • facilita o monitoramento de desgastes;
  • possibilita prever a necessidade de manutenções;
  • permite aos responsáveis atuarem de forma ágil sempre que for identificada alguma anomalia.

Alimentação

Na indústria de alimentos, a inserção de sensores IoT de temperatura nos refrigeradores permite saber se o acondicionamento de cada produto está adequado, pois possibilita monitorar separadamente cada um, conforme o alimento:

  • congelador de pescados;
  • congelador de pratos prontos;
  • refrigerador de frios;
  • freezer de aves;
  • freezer de suínos e outros.

Os sensores monitoram a frequência com que as portas são abertas, avisam se a temperatura está acima do recomendado e se algum dos refrigeradores está com problemas e precisa de manutenção.

O objetivo das ferramentas de IoT na indústria de alimentos é fornecer informações precisas aos tomadores de decisão para que sejam mais assertivos e garantir a qualidade do produto para as vendas.

Farmacêutica

A IoT de temperatura também serve para garantir a qualidade dos medicamentos da indústria farmacêutica. Sem o controle de temperatura adequado, por vezes a opção é descartar os produtos quando ocorre algum problema, para não haver o risco de utilizá-los em desacordo com os padrões mínimos de segurança.

Bons meios de controle colaboram para  evitar possíveis desperdícios. Os sensores para monitorar a temperatura e a umidade dos equipamentos usados para acondicionamento dos medicamentos realizam essa função com eficiência.

Os dispositivos fornecem informações em tempo real, dão alertas e geram relatórios automaticamente. A comunicação pode ser integrada com toda a equipe da fábrica. Dessa forma, a resposta às situações inesperadas é praticamente instantânea.

O uso da Internet das Coisas em ambientes de cuidado com a saúde proporciona redução do risco de perdas, atendimento em maior conformidade com as regulamentações dos órgãos de saúde e melhor eficiência operacional.

Conclusão

A Internet das Coisas ajuda as pessoas a viverem e trabalharem de maneira mais inteligente, além de obter controle sobre o que se quer monitorar.
Uma grande aplicação para a IoT é na indústria, onde várias soluções já estão disponíveis. Um exemplo é o uso de dispositivos para monitorar e manipular sistemas mecânicos e elétricos da área de produção remotamente.

Com a visão em tempo real de como os sistemas realmente funcionam, informações confiáveis sobre o desempenho de equipamentos e as operações da cadeia de suprimentos, as empresas:

  • reduzem seus custos;
  • diminuem os desperdícios;
  • melhoram a prestação de serviços;
  • obtêm maior transparência. 

A IoT incentiva as empresas a repensar a maneira como abordam seus negócios e fornece as ferramentas para aumentar a eficiência, já que permite:

  • monitorar os processos;
  • economizar tempo e dinheiro;
  • aumentar a produtividade dos funcionários;
  • integrar e adaptar modelos de negócio;
  • tomar melhores decisões;
  • gerar mais receita. 


Especificamente com a IoT de temperatura, o monitoramento inteligente e a integração de dados colaboram para um fluxo de trabalho contínuo e sem contratempos.

“Com isso,  a empresa avança na maturidade da transformação digital. Eliminam-se os relatórios segmentados e feitos no papel, manualmente. Os principais ganhos são eficiência, precisão e produtividade”, conclui o CEO da i3C.

Para saber mais sobre a aplicação da Internet das Coisas na indústria, basta acessar o conteúdo sobre exemplos de IoT na prática. Ou, então, entrar em contato com a i3C para agregar ainda mais valor ao seu negócio.

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Evandro Eckile

Evandro Eckile é CEO da i3C e diretor da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII). Também é curador do Comitê de Inovação aplicada à Indústria do LIDE-SC e membro da diretoria do Núcleo de Automação da Associação Comercial e Industrial de Joinville (ACIJ). Acredita que a tecnologia melhora o mundo, torna os negócios mais competitivos e deve estar acessível a todos.