Os 10 pilares de indústria 4.0

Por: Rogério Vitalli      22/05/2018

A indústria mundial passa por um período de transformação sob a ótica de uma nova lógica de produção (do virtual para o real). É cada vez maior a necessidade de implantação de processos ágeis, eficientes e produtivos. Para isso, é preciso dar um salto tecnológico.  O termo “Indústria 4.0” foi usado pela primeira vez na Hannover Messe. Em Outubro de 2012, o Grupo de Trabalho na Indústria 4.0, presidido por Siegfried Dais (Robert Bosch GmbH) e Henning Kagermann (German Academy of Science and Engineering) apresentaram um conjunto de recomendações para implementação da Indústria 4.0 ao Governo Federal Alemão. Em Abril de 2013, novamente na Feira de Hannover, o relatório final do Grupo de Trabalho da Indústria 4.0 foi apresentado, proporcionando uma verdadeira revolução colaborativa nos processos produtivos, criando cadeias de valor agregado revolucionárias.

De acordo com relatório apresentado pelo Boston Consulting Group (BCG) são dez as tecnologias aplicadas a Indústria 4.0:
 

  1. Robôs Inteligentes, capazes de interagir com outras máquinas e com os seres humanos, atuando de maneira mais flexível e colaborativa;
  2. Manufatura Aditiva e Híbrida, permitindo a produção através de impressoras 3D;
  3. Simulação Virtual, esta etapa permite que os processos e produtos sejam testados e ensaiados durante a fase de concepção, reduzindo custos com falhas e o tempo de projeto;
  4. Integração Horizontal e Vertical dos Sistemas, sistemas ERP, MES, SAP que integram toda a cadeia de valor produtiva, por meio da análise e tomada de decisão de dados;
  5. Internet das Coisas, permite conectividade entre os diversos dispositivos flexibilizando o acesso e controle em todo o processo produtivo;
  6. Big Data & Analytics, sistemas inteligentes que identificam falhas nos processos, melhorando a qualidade da produção em tempo real, economizando energia e melhorando a eficiência na utilização de todos os recursos produtivos;
  7. Cloud Computing, acesso ao banco de dados e suporte de qualquer local do planeta, permitindo a integração de sistemas e plantas em locais distintos, mesmo que distantes fisicamente, da mesma forma o controle e o suporte podem ser efetuados de maneira global;
  8. Segurança Cibernética, sistemas de comunicação cada vez mais seguros e evoluídos garantindo o “accountability” do processo de produção (Fazer Certo a Primeira Vez, todas as Vezes);
  9. Realidade Aumentada, Suporte que permite que o usuário atue dentro dos sistemas ciber-físicos (CPS) com uma visão e tutoria assertiva indicando passo a passo todas as instruções e comandos necessários para um reparo, ou uma nova parametrização do processo. Com a indústria 4.0 haverá um aumento de produtividade e redução de custos nos processos fabris, melhor utilização dos recursos e economia de energia, sendo, portanto, um sistema para auxiliar no desenvolvimento sustentável.
  10. Ética, Princípios universais, ações que acreditamos e não mudam independentemente do lugar onde estamos. Diferencia-se da moral pois, enquanto está se fundamenta na obediência a costumes e hábitos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar as ações morais exclusivamente pela razão. A ética incluía a maioria dos campos de conhecimento que não eram abrangidos na física, metafísica, estética, na lógica, na dialética e nem na retórica. Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, às vezes política. Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento que se seguiu à revolução industrial, a maioria dos campos que eram objeto de estudo da filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas independentes. Assim, é comum que atualmente a ética seja definida como a “área que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas.” Para a indústria 4.0 a ética é de fundamental importância na transparência dos negócios, na cultura entre as empresas e na formulação dos preços das consultorias.
*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Rogério Vitalli

Rogério Vitalli

Engenheiro Mecatrônico pela USP (São Paulo) e Mestre em Robótica Industrial pelo ITA (São José dos Campos). Foi Professor e Orientou alunos na Universidade Paulista (UNIP) e na Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN). Trabalhou com Grupos de Pesquisa do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), Centro Técnico Aeroespacial (CTA), Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (UNESP-FEG) e Faculdade de Engenharia Mecânica (UNICAMP-FEM). Tem Experiência na área de Mecatrônica, atuando principalmente nos seguintes temas: Robótica Industrial, Modelagem e Simulação de Manipuladores Robóticos, Cinemática Direta, Cinemática Inversa e Jacobianos. Foi responsável pela Divisão de Pesquisa e Treinamento da MOTOMAN ROBÓTICA DO BRASIL e pelo Departamento de Projetos e Desenvolvimento da KUKA ROBOTER DO BRASIL. Atualmente é Diretor Executivo do I.A.R. (Instituto Avançado de Robótica), Robotista Perito pela KUKA ROBOTER em Augsburg (Alemanha), Examinador Titular da Câmara Brasil-Alemanha (AHK) para o comitê de Mecatrônica e Robótica Industrial e presta Serviço de Consultoria em Inovação, Montadoras Automotivas, Pólos Industriais, Universidades e Faculdades.