O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou na última segunda-feira, dia 16, que os principais eixos da relação econômica e comercial do Brasil com a Alemanha serão a inovação, a industrialização e a transição para a economia de baixo carbono. Ele apontou que há enorme espaço para a ampliação da parceria comercial com os alemães e mencionou que o Acordo Mercosul-União Europeia vai alavancar a integração econômica entre os dois países.
Alban participou da abertura da 41ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), realizado pela CNI em parceria com a Federação das Indústrias Alemãs (BDI) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no Senai Cimatec, em Salvador.
“Precisamos estabelecer parcerias na área de energia e cooperação nos setores de saúde, insumos farmacêuticos, digitalização e rastreabilidade de cadeias produtivas. Há oportunidades também no fomento aos biocombustíveis e ao hidrogênio verde”, disse. “No contexto atual, sustentabilidade, inovação e transformação digital são muito mais que diferenciais para garantir competitividade, eficiência e relevância no mercado. Esses requisitos são imperativos para o futuro da indústria e para o crescimento econômico dos países”, acrescentou Alban.
A Alemanha é o 10º destino das exportações brasileiras. No ano passado, as vendas do Brasil para o mercado alemão somaram US$ 5,8 bilhões. Quase metade desse valor correspondeu a produtos da indústria de transformação, setor cujos efeitos são positivos para a economia, pois tem cadeias produtivas mais longas e paga aos trabalhadores salários superiores aos das demais atividades. Cálculos da CNI indicam que a cada R$ 1 bilhão de produtos brasileiros exportados para a Alemanha são criados 26 mil empregos no Brasil.
Acordo Mercosul-União Europeia
Ricardo Alban destacou que a efetivação do Acordo Mercosul-UE é uma das prioridades para o fortalecimento da relação com a Alemanha e com outros parceiros estratégicos europeus. Ele observou que, durante visita à França no começo do mês, o presidente Lula disse ter recebido sinalização de que o acordo entrará em vigor no segundo semestre deste ano.
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“O momento da geopolítica é singular para concretizarmos esse acordo. O tratado cria uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo 20% da economia global e mais de 720 milhões de consumidores. Em um cenário global de crescente protecionismo e tensões comerciais, o acordo garante ao Brasil e aos demais países do Mercosul acesso preferencial a importantes mercados, facilitando a inserção internacional e ampliando as oportunidades de comércio e investimentos entre os dois blocos”, enfatizou Alban.
Ao lado do presidente da CNI, estiveram na abertura do encontro o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa; o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa; o presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos; a secretária do Ministério Federal da Agricultura e Identidade Regional da Alemanha, Martina Englhardt-Kopf; e o vice-presidente da Comissão da Indústria Alemã para a América Latina, Michael Heinz.
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