Indústria precisa urgentemente aderir à conectividade 4.0, apontam especialistas
A indústria 4.0 se beneficia da conectividade por meio da automação, coleta e análise de dados em tempo real
03/11/2023A indústria 4.0 se beneficia da conectividade por meio da automação, coleta e análise de dados em tempo real
03/11/2023Segundo projeções McKinsey Global Institute, a inteligência artificial deve adicionar US$13 trilhões à economia global até 2030. Um levantamento da Gartner aponta que a realidade aumentada e virtual será usada por 80% das empresas até 2025, sem contar que nos próximos anos, o big data, a internet das coisas e o blockchain serão tendências importantes.
A indústria 4.0 se beneficia da conectividade por meio da automação, coleta e análise de dados em tempo real, tendo melhoria na eficiência e mais produtividade. "O seu objetivo é promover a digitalização dos processos, permitindo a criação de indústrias inteligentes, autônomas, capazes de evitar falhas, prever problemas, agendar manutenções e realizar ajustes de forma precisa e eficiente", diz Matheus Spessato, promotor técnico da Reymaster Materiais Elétricos, empresa com sede em Curitiba (PR) e unidade em Joinville(SC).
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Ainda, o mesmo estudo estima que, até 2025, processos relacionados à indústria 4.0 podem reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%; aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25% e diminuir o consumo de energia entre 10% e 20%.
Segundo o especialista da Reymaster, os dispositivos de proteção nas indústrias são alguns dos equipamentos que já apresentam conectividade 4.0. Eles integram o processo de fabricação de toda a cadeia produtiva, uma vez que asseguram a confiabilidade do sistema elétrico e melhoram a performance das instalações elétricas, reduzindo custos como perda de insumos, paradas não programadas e manutenções preventivas sem a real necessidade, tornando as instalações mais eficientes e lucrativas.
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Entre estes dispositivos está o disjuntor: um interruptor elétrico projetado para proteger um circuito elétrico de danos causados por falhas na alimentação elétrica, garantindo a segurança das instalações já que desliga automaticamente a energia em situações de risco como curtos-circuitos e sobrecargas.
“A conectividade em disjuntores permite monitoramento remoto, detecção de falhas, manutenção preditiva e maior controle sobre o sistema elétrico, resultando em eficiência, produtividade e redução de custos. Além disso, pode ajudar a prevenir acidentes e incidentes, enviando alertas em caso de falhas ou problemas nos disjuntores“, explica Spezzato, promotor técnico da Reymaster e que também é especialistasem disjuntores na Siemens.
Segundo o promotor, atualmente, os disjuntores 3VA2 da Siemens com conectividade nativa são uma tendência forte no mercado de automação industrial, permitindo a coleta e análise de dados em tempo real para identificar problemas potenciais, otimizar a manutenção e reduzir o consumo de energia.
Outro destaque é o SIMOCODE, um relé inteligente de controle preciso de motores, equipado com sensores e conectividade industrial que permitem a coleta e análise dos dados de operação em tempo real.
Dentre as tendências ainda estão os relés de segurança 3SK2 usados para proteção de pessoas, máquinas e processos. A partida 3RA6 da Siemens é uma solução simples e compacta para a partida rápida e segura de motores trifásicos com comunicação de rede por meio de um módulo adicional, e o controlador lógico programável (CLP) S7-1200 da Siemens, uma solução compacta e modular para automação industrial.
Além dos disjuntores, os inversores fotovoltaicos têm evoluído bastante com as novas tecnologias de conectividade, proporcionando maior eficiência e controle remoto. Empresas que implementaram a tecnologia chegaram a reduzir o consumo de energia em 20% e os custos de manutenção em 30%”, ressalta Rafael Mafra, promotor técnico da Reymaster, em Santa Catarina.
Os inversores “inteligentes” usam soluções de IoT industrial e robótica avançada. Os inversores inteligentes possuem conectividade integrada para monitoramento e controle remoto, permitindo melhorias de eficiência. Já as soluções de IoT viabilizam a coleta e análise de dados dos equipamentos para identificação de oportunidades. Por fim, os robôs industriais automatizam tarefas repetitivas e perigosas, aumentando produtividade e segurança.
As evoluções nesses produtos envolvem mais conectividade, inteligência e automatização. Recentes lançamentos como o inversor inteligente EcoStruxure da Schneider Electric e a plataforma de IoT industrial MindSphere da Siemens demonstram a aceleração na conectividade de equipamentos industriais.
Para atender às demandas do setor estão os Controladores Lógicos Programáveis (CLP) S7 1500, que contam com tecnologias como IoT Ready, motion control, safaty, ODK, Inteligência Artificial e Industrial EDGE. Já os CLPs S7 1200 são totalmente modulares e possuem diversas opções de conectividade. Para painéis ou operações em campo, a Siemens disponibiliza as Remotas ET 200 Inteligentes, que contam com proteção IP69. Além disso, a empresa oferece inversores G120 ideais para cada tipo de aplicação, PCs industriais robustos para diferentes necessidades e componentes como disjuntores, contatores e botoeiras que podem ser ligados em rede para parametrização, gerenciamento e controle simplificado.
A adoção da tecnologia 4.0 varia entre as indústrias devido a fatores como investimentos, recursos disponíveis e cultura empresarial. Grandes empresas e as que são localizadas em países desenvolvidos tendem a incorporar as inovações mais rapidamente devido a esses fatores favoráveis. Aquelas que adotam as novas tecnologias registram aumentos de produtividade e qualidade, além da redução de custos. Porém, barreiras como investimentos, complexidade e falta de mão de obra especializada ainda limitam a adesão em algumas companhias.
Carlos Eduardo, BDTec da Siemens, observa a evolução da indústria 4.0 e alerta sobre o risco de ficar para trás, e reforça a importância de acompanhar as inovações para não perder competitividade.
“O conceito de indústria 4.0, que surgiu em meados de 2012/2013, já trouxe avanços significativos, mas ainda há muito a ser explorado nessa área. Muitas pessoas associam a indústria 4.0 apenas à automação de processos, porém, é importante ressaltar que a automação já era presente anteriormente. Desde então, houve o surgimento de novas tecnologias, com hardwares mais modulares e adequados para cada tipo de aplicação, além de softwares cada vez mais intuitivos e inteligentes. No entanto, a essência da indústria 4.0 está na descentralização das tecnologias para análise de dados e tomadas de decisão mais rápidas. A tecnologia continua avançando e é necessário estar atento a todas as oportunidades que ela oferece para impulsionar a eficiência na indústria”, salienta Eduardo.
*Imagem de capa: Depositphotos
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