Empresa de nióbio para baterias em MG investe R$ 700 mi e anuncia nova fábrica

Novo ciclo de investimentos da CBMM será destinado à tecnologia e nova fábrica para aumentar a capacidade de materiais de nióbio para baterias

A CBMM, desenvolvedora de produtos de nióbio, anunciou recentemente um investimento de R$ 700 milhões, em Araxás, Minas Gerais. Em entrevista concedida à Helenice Laguardia, do jornal O Tempo, Ricardo Lima, CEO da empresa, disse que o novo ciclo de investimentos será destinado à tecnologia e a uma nova fábrica para aumentar a capacidade de materiais para bateria.

Segundo Lima, no segundo semestre, a CBMM vai apresentar o primeiro veículo no mundo concebido com a tecnologia do nióbio. “Vamos ter um ônibus 100% elétrico com óxido de nióbio na bateria feita pela Toshiba”, comemora o CEO da CBMM.

Óxido de nióbio em baterias

O nióbio é usado para dar mais resistência ao aço em baterias, dentre outras funções, e, de acordo com o CEO, 80% da produção do mercado ainda continua com a companhia. “A gente quer aumentar o mercado. Antes da pandemia, vinha num patamar de 120 mil toneladas por ano de produtos de nióbio em geral. Com a pandemia caiu. No ano passado, voltamos a 120 mil toneladas por ano de novo, e, em 2023, estamos confiantes de ter um crescimento real”.

Segundo ele, no ano passado, a empresa investiu R$ 260 milhões em desenvolvimento de tecnologia. Neste ano, a previsão é que chegue a R$ 340 milhões.

A produção de baterias receberá o equivalente a R$ 95 milhões. A companhia percebeu que o nióbio pode ser utilizado tanto no polo positivo quanto no polo negativo das baterias, conferindo novas propriedades em maior performance para essas baterias de acordo com aquilo que o mercado tem exigido. 

A empresa já está fase de prova de conceito. Além disso, este ano a companhia venderá cerca de 500 toneladas de óxido de nióbio para aplicação em baterias, mas a expectativa é que esse número cresça bastante nos próximos anos.

De acordo com o CEO, a fábrica que está sendo construída em Araxá fica pronta no ano que vem e terá  uma capacidade de 3 mil toneladas só de óxido de nióbio. Elas serão 100% dedicadas a um tipo de óxido destinado a baterias.

Parceria com a Toshiba

Em meados de 2018, a companhia assinou junto à Toshiba um contrato de desenvolvimento de tecnologia. A parceria deu origem a uma bateria de óxido misto de nióbio e titânio que traz características bem interessantes. 


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“Esse óxido misto é utilizado no polo negativo da bateria, no ânodo. A gente consegue ter uma carga rápida dessa bateria em condições de segurança, sem risco de superaquecimento, de explosão”. Isso significa realizar uma recarga em menos de dez minutos. O que a empresa acredita ser revolucionário. 

Parceria com a Volkswagen 

Ainda segundo o CEO, agora a empresa  fechou parceria com  Volkswagen Caminhões e Ônibus do Brasil. O projeto está na fase final. “Vamos ter um ônibus 100% elétrico com óxido de nióbio na bateria feita pela Toshiba. Ele está na fase final de construção, de testes em Resende, e a gente espera levar esse ônibus no segundo semestre deste ano para nossa fábrica em Araxá”.

*Imagem de capa: Depositphotos