CERTI e Produza criam robô de baixo custo para impulsionar indústria 4.0
Projeto desenvolveu linha inédita de robôs industriais para substituir o trabalho de pessoas em atividades manuais repetitivas e/ou perigosas
Projeto desenvolveu linha inédita de robôs industriais para substituir o trabalho de pessoas em atividades manuais repetitivas e/ou perigosas
A Sondagem Especial Indústria 4.0: Cinco Anos Depois, publicada em 2022 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrou que sete a cada dez indústrias brasileiras usam tecnologia no seu dia a dia. Cinco anos antes, esse número não passava de 48%. Apesar do alcance tecnológico ter crescido nas indústrias, a maturidade digital ainda é baixa. O mesmo estudo mostrou que a maior parte dessas empresas ainda emprega poucas soluções tecnológicas.
O uso de manufatura aditiva e robôs colaborativos, por exemplo, estava presente em apenas 12% das indústrias ouvidas. Essas tecnologias podem, entre outras coisas, ajudar a otimizar custos, ampliar a capacidade produtiva, diminuir acidentes, diminuir o desperdício de matéria prima e ainda minimizar o número de produtos com falhas. Apesar das inúmeras vantagens da adoção de tecnologia, as indústrias ainda diziam esbarrar em obstáculos, como os altos custos de implementação (66%), falta de clareza sobre o retorno do investimento (25%), falta de conhecimento técnico (25%), entre outros.
Olhando para esse cenário, a Produza S.A., uma das maiores montadoras do sul do Brasil, procurou o Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI) para idealizar e desenvolver uma linha inédita de robôs industriais de baixo custo para impulsionar a indústria 4.0.
“O objetivo principal do projeto foi desenvolver, em terras catarinenses, uma família de robôs para uso industrial, com características técnicas adequadas para substituir o trabalho de pessoas em atividades manuais repetitivas e/ou perigosas para humanos”, explica o coordenador de sistemas mecânicas da CERTI, Mateus Dieckmann de Oliveira.
O Produza Bot foi pensado para que as indústrias consigam, por meio de um investimento mais baixo, robotizar processos repetitivos que possam ser cansativos e/ou perigosos para os profissionais. Dessa forma, estes podem executar funções mais estratégicas em colaboração com as máquinas.
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“Com a ajuda de um time multidisciplinar, desenvolvemos o protótipo funcional do braço robótico CR-600, com 6 graus de liberdade, alcance de 600 mm e payload de 2,5 kg, além do projeto detalhado do braço robótico CR-900, com 6 graus de liberdade, alcance de 900 mm e payload de 4 kg. Ambos equipados com um software de interface e movimentação desenvolvido em plataformas Open Source e atendendo a todos os requisitos de segurança aplicáveis a robôs não-colaborativos”, conta Dieckmann.
A partir dessa tecnologia, será possível imprimir mais consistência, segurança e flexibilidade nos processos produtivos das indústrias. “O robô desenvolvido, na premissa de ser de baixo custo, apresenta grande potencial em diferentes aplicações para a automação no contexto da indústria 4.0 em geral. Estamos muito satisfeitos em ver que nosso projeto é uma solução disseminadora das boas práticas no desenvolvimento integrado suportado por plataforma digital”, explica o especialista.
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