Eneva diversifica negócio e triplica receita para os próximos anos

Empresa do setor de energia adota medidas de transformação e aguarda geração de receita de duas novas unidades

A Eneva, empresa integrada de energia, anunciou ter investido R$ 8,4 bilhões em aquisições e expansão de suas operações entre 2017 e 2022. A empresa atua da exploração e produção (E&P) de gás natural até o fornecimento de soluções customizadas e, até 2030, a estimativa é de mais R$ 11 bilhões de CAPEX, o que, somados com os últimos cinco anos, pode chegar a um total de aproximadamente R$ 20 bilhões.

As cifras estão relacionadas a medidas de transformação adotadas pela companhia, como diversificação de portifólio, maior acesso ao mercado livre de energia e gás natural, criação de hubs regionais de gás e ampliação da geração de energia térmica e renovável.

Uma tendência da empresa para os próximos anos é diminiuir gradativamente a dependência na geração de receitas dos despachos de energia comandados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ou seja, ainda que não haja demanda pela geração termelétrica, a Eneva deve continuar obtendo resultados financeiros positivos a partir da aquisição de ativos que garantam receita fixa à companhia por estarem disponíveis para contribuir com a segurança energética brasileira.

Com aquisições e novos projetos, a previsão é de uma receita fixa bruta contratada de R$ 10,3 bilhões em 2027, ante R$ 3,9 bilhões em 2022 – o que significa, aproximadamente, em triplicar o indicador.

“A Eneva está se tornando uma empresa única no país, que vai garantir uma receita fixa muito maior e independente de fatores externos, ao mesmo tempo preparada para um acréscimo de receita variável em momentos oportunos, seja por despachos quando necessário pelo ONS, seja por comercialização dos nossos produtos. Somos uma empresa de portfólio diverso, com competências únicas e pioneira, seja em nossos modelos de negócios, seja nos locais onde atuamos”, afirma o CEO Lino Cançado.

Novos negócios

A Eneva possui duas novas unidades operacionais com previsão de entrada comercial e geração de receita já no próximo ano – a usina térmica Parnaíba VI e o terminal de liquefação Parnaíba.


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Com capacidade de 92 megawatts (MW), Parnaíba VI fecha o ciclo de Parnaíba III, o que representará um acréscimo à capacidade do complexo para 1,9 GW e o tornará o maior complexo termelétrico do país. Durante a obra, serão criados 900 empregos diretos e indiretos, a partir do investimento de R$ 651 milhões, que, a partir de 2025, vão gerar uma receita fixa anual de R$ 105 milhões, por 25 anos. O início da operação comercial está previsto para novembro de 2024.

Já a unidade de liquefação Parnaíba deve começar a produzir comercialmente em maio de 2024, a partir do investimento de R$ 980 milhões, que deve gerar uma receita fixa anual de R$ 430 milhões. A projeção é de que, durante a obra, sejam gerados 850 empregos diretos e indiretos. Nesse terminal, o gás extraído de campos terrestres do Maranhão será transformado em líquido (GNL) para ser transportado a clientes industriais e, no ponto de consumo, assumir a forma gasosa novamente.

A planta atenderá, em um primeiro momento, a demanda contratada pela mineradora Vale e pela produtora de papel e celulose Suzano para atender às suas operações industriais no Maranhão. Mas será um importante ativo para o desenvolvimento do GNL em pequena escala, levando o gás natural onde não está disponível e contribuindo para a menor emissão de clientes que usam outros combustíveis fósseis mais poluentes, sendo fundamental para as suas jornadas de descarbonização.

ESG

Em sua agenda ESG, a Eneva atua sob três pilares – redução das emissões, progresso social e conservação da Amazônia. Entre os compromissos a serem alcançados até 2030 estão a redução da intensidade de CO2 por MW gerado e investimentos de R$ 500 milhões em projetos de tecnologia de baixo carbono. Até 2040, será realizado o phase-out das usinas a carvão. Também está prevista a compensação de emissões nas atividades de exploração e produção de gás e o alcance do Net Zero em 2050.

Na área social, a empresa vai beneficiar, até 2030, 50 mil pessoas diretamente e 100 mil indiretamente por meio de projetos sociais com foco em geração de renda e educação. Ao mesmo tempo, serão consolidados 500 mil hectares de áreas protegidas na Amazônia Legal, a partir de cinco eixos de atuação – estímulo à bioeconomia e a projetos agroflorestais; apoio a unidades de conservação; restauração de áreas degradadas; monitoramento territorial; e ações em linha com o mercado de carbono.