Embraer tem retorno de investimento superior a 200% em 4 meses de uso de sistema de IoT da Siemens

A Embraer e a MWM apresentaram seus cases de sucesso no uso do sistema operacional da Siemens baseado em IoT, o MindSphere.

Por: Angieli Maros/ CIMM      Exclusiva 10/11/2022 

A Embraer relatou, durante o Siemens Innovation Forum, um retorno de investimento superior a 200% em apenas quatro meses de uso do sistema da Siemens elaborado para conectar máquinas e infraestruturas físicas ao mundo digital. Tanto a fabricante de aviões quanto a MWM Motores e Geradores, que dividiu o painel com a Embraer, usam o MindSphere, da Siemens, para a captação e gestão de dados para seus negócios.

O MindSphere, sistema operacional baseado em IoT (Internet das Coisas), vem se consolidando como um notável aliado no processo de transformação digital. O uso da plataforma já acumula resultados expressivos na jornada de empresas para equilibrar eficiência e competitividade na nova cultura desenhada pela Indústria 4.0, como demonstram as empresas em cases específicos apresentados na última edição do Fórum, realizado no fim de agosto, em São Paulo. 

As gigantes Embraer e MWM Motores e Geradores afirmaram que o uso da solução já reflete em cenários de mais produtividade, eficiência e transparência nas operações. Os debates aconteceram em meio a conversas propostas dentro do painel Inovação na Indústria

Embraer

A fabricante de aviões de São José dos Campos relatou, no evento, um retorno de investimento superior a 200% em apenas quatro meses de uso do sistema, elaborado para conectar máquinas e infraestruturas físicas ao mundo digital. A empresa tem hoje cinco plataformas robóticas conectadas, em três diferentes plantas, mas quer chegar ao fim de 2023 com 26 equipamentos vinculados. 

Na Embraer, o MindSphere auxilia na coleta de dados das plataformas robóticas – muitas das quais estão no caminho crítico da produção –, e as dezenas de variáveis acumuladas são acompanhadas em tempo real e trabalhadas por ferramentas específicas do sistema, como o Performance Insight, que permite uma visão geral da performance das máquinas de maneira online. O recurso, afirma Luiz Léo, engenheiro de manutenção da companhia, permite a elaboração de análise de dados e fornece subsídios para otimizar, evitar a parada dos equipamentos e dar mais transparência no dia a dia da produção.  


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“O mais importante é o que eu faço com isso. Uma vez que eu identifico que uma variável é crítica, eu as incluo nas regras do [SIMATIC] Notifier [outro recurso do sistema]. Se algum limite for ultrapassado, eu já recebo essa mensagem pelo celular ou no e-mail”, afirma o engenheiro. “Agiliza o tempo de ação nossa, e a gente acaba sendo cada vez mais assertivo agindo de forma preditiva e preventiva”.

No case apresentado ao painel, a Embraer relatou a existência de esforço acima do normal em um dos eixos de um robô, o que foi notificado pela plataforma a tempo de evitar o comprometimento da produção. 

“Quando analisamos no detalhe o que aconteceu, essa simples notificação evitou uma parada de oito horas de máquina e parada de 16 horas de hora de mantenedor. E quando a gente compara o custo disso em relação à solução, em termos percentuais, esse ano a solução já teve praticamente 220% de retorno”, relatou Léo.

Projetado como um sistema operacional aberto para a Internet das Coisas, o MindSphere oferece uma plataforma de serviço em nuvem (PaaS) escalável e econômica. Segundo a Siemens, a ideia por trás é permitir o aproveitamento melhor do parque produtivo, uma vez que, ao conectar os equipamentos à nuvem, fornece elementos para traçar caminhos mais eficientes a partir do uso máximo da tecnologia disponível. Daí a compatibilidade com as demandas da Indústria 4.0. 

MWM Motores e Geradores

Na MWM Motores e Geradores, onde a transformação digital é considerada intrínseca à integração dos sistemas, o aprimoramento do uso dos dados vai ao encontro das propostas do MindSphere. Por lá, a plataforma também já começou a ser usada, com foco na facilidade da conexão de dados na nuvem.

“Às vezes, as pessoas acham que conectividade já é a Indústria 4.0. Mas a Indústria 4.0 começa quando você começa a ter a visão do seu dado, sabe o que está acontecendo e, com isso, tomar diversas decisões e aumentar o seu nível de maturidade. O principal da Indústria 4.0 é ter uma indústria mais ágil”, destacou Luís Braggio, um dos responsáveis pela implementação da Indústria 4.0 na MWM.

Localizada na capital paulista, a fábrica trabalhou com o modelo de prova de conceito (PoC, sigla em inglês) para aplicar a realidade aumentada no processo de manutenção. O teste foi feito com uma máquina, e, com os resultados expressivos, partiu-se para a escalabilidade, quanto outros 12 equipamentos precisaram ser conectadas. 

Para isso, a empresa usou o gateway Brownfield Connectivity Services, tecnologia da Siemens pela qual o cliente consegue conectar equipamentos novos e antigos de forma centralizada em um único servidor. As informações concentradas no Brownfield alimentaram o aplicativo de realidade aumentada e de internet das coisas instalado no celular para o operador e, ao mesmo tempo, o MindSphere, que está cada vez mais em uso na MWM.

O mediador da conversa, Rafael Alves, da Siemens, lembrou que o MindSphere é capaz de integrar as diferentes aplicações “desconexas” elaboradas por diferentes startups para uma mesma empresa e, por isso, assume relevância no trabalho de dados essencial para a transformação digital em curso. 

“É muito legal ver que o MindSphere vem como um grande arrebanhador desses dados e arrebanhador desses apps desenvolvidos por essas startups, dando para elas uma cibersegurança, uma integração dentro um ecossistema”. 

A Siemens Innovation Forum 2022, quarta edição do evento, recebeu clientes, parceiros e colaboradores para debates e conversas sobre os caminhos para a transformação digital da indústria e o futuro do planeta. Somente pela internet foram mais de 2 mil participantes. 

 

* Esta empresa é parceira do Grupo CIMM

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