“Estamos prestes a levar a Eve para a bolsa de Nova York”, diz CEO da EmbraerX

Daniel Moczydlower reforçou que a empresa pretende levantar US$ 500 milhões para desenvolver os carros voadores, a chegarem ao mercado em 2026.

Os veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOLs), mais conhecidos como “carros voadores”, podem transformar o futuro da mobilidade. Segundo o presidente e CEO da EmbraerX, Daniel Moczydlower, os carros voadores vieram para disruptar o mercado que utiliza helicópteros para o transporte urbano.

Em entrevista concedida à jornalista Juliana Causin, no NegNews, podcast da Época Negócios, em maio, Daniel contextualizou a criação da EmbraerX, considerada o braço de inovação disruptiva da companhia e falou sobre os carros voadores da startup Eve.

Segundo ele, por mais que a Embraer seja uma empresa extremamente inovadora, em 2017 a companhia passou a enxergar novas possibilidades de negócios e decidiu apostar em novos desafios. 

“Nos abrimos para o conceito da inovação aberta e em 2017 fundamos a EmbraerX. A missão que nós demos para essa empresa é a de desafiar a Embraer a ser mais disruptiva e a buscar inovações que tenham um risco maior do que aqueles que nós já estamos habituados a gerenciar”, conta.

Braço de inovação

Com olhos voltados para o futuro, a EmbraerX passou a conversar com várias empresas desenvolvedoras de carros autônomos, carros elétricos, inteligência artificial e esbarraram, inclusive, com a Uber Technologies. “Na época eles estavam lançando uma iniciativa do Uber Elevate, que tinha a ver com imaginar como seria um veículo de táxi aéreo urbano. Ou seja, que cobrisse pequenas distâncias dentro das grandes metrópoles congestionadas no mundo”.

No entanto, segundo o CEO, a inteligência de mercado de um dos principais negócios da Embraer já vinha estudando a possibilidade de uma aeronave menor para fazer o deslocamento de poucas pessoas em distâncias mais curtas. E vendo que isso poderia ser um grande mercado em volume, decidiram criar uma empresa separada. “As conversas que aceleramos na EmbraerX acabaram justificando o lançamento de um projeto”, afirma.

O nascimento do EVE

Após muita pesquisa e conversas, entendeu-se que um dos elementos fundamentais para a viabilidade do mercado de carros voadores é o baixo custo, tanto de fabricação quanto para a operação, segundo Daniel. “Esse veículo precisa ter um custo muito baixo porque senão, nós só vamos substituir o que um helicóptero já faz hoje.  E o eVTOL não é um helicóptero, na verdade, ele vem para disruptar o mercado que usa helicópteros para o transporte urbano, e aí em vez de falarmos de pouquíssimas pessoas, estamos falando de bilhões de passageiros”, observa.


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O contato com outros segmentos da área de inovação foi tão intenso que em pouco tempo o mercado passou a ficar concreto. “Começamos a ver muito capital de risco interessado em investir nesse mercado. Com isso, percebemos que se nós seguíssemos esse projeto na EmbraeX eles iriam crescer numa velocidade aquém daquilo que o mercado estava demandando”.

Observando esse cenário, em outubro de 2020, nasceu a Eve, startup que tem como foco principal o desenvolvimento dos carros voadores. Embora a empresa seja nova, ao longo de 2021 conseguiu atrair parceiros de excelente nível. “Montamos um supertime de investidores que, juntos, estamos prestes a levar a Eve para a bolsa de Nova York".

Para se ter uma ideia, a Eve tem contratos para vendas de quase 2 mil veículos em vários países do mundo. Portanto, o objetivo com a APO é levantar 500 milhões de dólares para desenvolver os carros voadores, conforme anunciado pela empresa no final do ano passado, e que devem chegar ao mercado em 2026.