Construção industrializada de concreto agiliza obras em rodovias

O Brasil tem uma permanente necessidade de ampliar e manter em bom estado de conservação sua malha rodoviária. E o país, ao longo das últimas décadas, tem investido considerável soma de recursos nessa área. Segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), desde 1995, as concessionárias destinaram cerca de R$ 97 bilhões para obras e serviços de melhoria da malha viária nacional.

Nesse sentido, vem ganhando espaço sistemas construtivos industrializados que possibilitam a execução de obras  de maneira mais eficiente, com menos custo e concluídas em menor espaço de tempo com qualidade. Uma dessas soluções é o pré-fabricado de concreto, que vem se consolidando como a principal alternativa para a construção em viadutos, passarelas, pontes, praças e cabines de pedágios, barreiras de proteção,  muros de contensões,  galerias  e demais obras de arte de estradas e rodovias de todo o Brasil. Isso porque com esse sistema, é possível realizar duplicações sem interferência nas faixas existentes, respeitando o meio ambiente, além de proporcionar facilidade para a manutenção dessas construções.

De acordo com Íria Doniak, presidente executiva da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), o uso de pré-fabricado de concreto nesse tipo de aplicação tem se consolidado e ampliado, principalmente, pelo crescente uso e disseminação de soluções técnicas e inovações tecnológicas no segmento, como nas áreas de protensão, dos concretos de alto desempenho, dentre outros avanços. “Colabora também, uma maior disponibilidade de equipamentos de transporte e de içamento com elevada capacidade de carga”.

No estado de São Paulo, por exemplo, recentemente seis praças de pedágio das rodovias SP 255, SP 249 e SP 318 receberam estruturas pré-moldadas de concreto, entre pilares, com duto central para escoamento das águas pluviais, vigas, telhas, cabines dupla e simples e submarinos. O sistema construtivo também atendeu a construção de dezoito obras de artes especiais, (cinco pontes, seis viadutos, cinco passagens inferiores e dois muros de contensão) no prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto (SP-070) até o município de Taubaté, no interior de São Paulo. Elementos estruturais pré-moldados de concreto  também foram usados  em dezoito  obras de artes especiais (pontes, viadutos de  passagens superiores e inferiores, galerias), nas implantações de vias marginais e alargamentos das expressas no trecho urbano da Rodovia Dom Pedro (SP-065), entre Km 131 e Km 145 e no prolongamento do Rodoanel (SP-083)  em Campinas/SP, entregues ao tráfego em dezembro do ano passado.  Entre as vantagens e resultados obtidos com o uso do pré-fabricado nas rodovias SP-070,  SP-065 e SP-083 estão a redução de até 30% nos prazos contratuais,  diminuição de 60% no efetivo de mão de obra direta e indireta alocado aos canteiros de obras, menor interferência com transito, maior segurança para trabalhadores e usuários das rodovias, com melhor    qualidade e  menor custo.


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A industrialização em concreto também vem sendo adotada para grandes complexos portuários, como foi o caso da construção de uma ponte ferroviária, uma ponte rodoviária e dois viadutos no Complexo Viário de Itaguaí (RJ). Esse projeto envolveu a fabricação de superestruturas, como por exemplo, as vigas do viaduto composto (pera), que foram concebidas inicialmente para ter quase 70t. Devido ao grande peso, para viabilizar a execução em pré-fabricado, houve a necessidade de realizar três vigas em uma: duas vigas com apoio (cabeça) e uma apenas com o corpo.

Na região Nordeste, um exemplo de aplicação de pré-fabricado foi a construção de duas unidades em passarelas que integram o VLT de Fortaleza-CE. A obra exigiu o desenvolvimento de fôrmas especiais para permitir dimensões esbeltas e mais leves, de maneira a atender as restrições de transporte e montagem no local.

Já na região Sul, a construção de um viaduto sobre a BR-277 na frente de uma unidade da Cooperativa Agroindustrial Agrária, próxima do município paranaense de Guarapuava, exigiu o uso de concreto com fck de 50 MPa na produção de peças, além do uso de concreto  auto-adensável com rígido controle de qualidade e protensão  controlada.