Alumínio é o diferencial dos projetos vencedores

Universitários utilizam o material para protótipos de aviões e carros e construção de robôs

Não é por acaso que a utilização do alumínio em competições universitárias está associada, com frequência, a projetos vencedores. As características de durabilidade, leveza e maleabilidade do material têm sido decisivas para o sucesso de equipes que disputam com seus protótipos na terra, no ar e até em ringues de luta.

A SAE Brasil, associação de engenheiros e executivos da indústria que difundem  conhecimento referente à tecnologia da mobilidade, promove anualmente diversas competições, como a Competição SAE Brasil AeroDesign, cuja 14ª edição será realizada em novembro, em São José dos Campos (SP).
 
Segundo o integrante da comissão técnica da SAE Brasil, engenheiro Tarik Orra, as competições são uma forma de expor os estudantes a desafios reais que serão encontrados na indústria, o que é benéfico para quando entrarem no mercado de trabalho. “Para a indústria, o grande retorno é a altíssima capacitação dos envolvidos nos projetos, por exigirem que os alunos aprendam muito mais do que é ensinado em aula”.
 
A equipe Céu Azul, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participará da SAE Brasil AeroDesign com um protótipo construído em alumínio, pesando em torno de dois quilos e capaz de transportar dez quilos de carga a uma velocidade média de 60 km/h. Como os aviões têm que ser projetados para suportar grandes cargas, a leveza do alumínio foi um importante aliado, conforme explica o estudante João Dreveck: “o alumínio alia boa resistência com baixa massa específica, se comparado ao aço, por exemplo, e essa característica é de fundamental importância para conseguirmos projetar uma aeronave com baixa massa.”
 
Saindo dos ares para mergulhar na terra das pistas de off-road, a  18ª Competição Baja SAE Brasil Petrobrás reuniu 72 equipes universitárias de todo o país, no mês de março em Piracicaba (SP). A equipe da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo foi a vencedora com o seu protótipo Poli Ciser Magnus, que utilizou alumínio nos cubos de rodas, mangas de eixo e nas pinças de freio. Segundo o aluno Paulo Yamagata, responsável pelo projeto da suspensão do baja, a  opção pelo metal se deu principalmente por sua leveza, o que permitiu otimizar o projeto.
 
A RoboCore, promove regularmente competições na área da robótica em diversas categorias, como a “combate”, em que robôs são submetidos a batalhas dentro de verdadeiros ringues de luta. E nelas o alumínio também é protagonista.
 
A Equipe Phoenix de Desafio de Robôs, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) venceu na categoria FeatherWeight, para robôs até 13,6 Kg,  com o modelo Spartacus V2, que tinha como arma uma rampa inclinada - cujo formato propicia a distribuição de força para toda a estrutura. Nesse caso, o alumínio foi fundamental para que o robô permanecesse funcionando durante todo o combate.
 
“O alumínio foi utilizado para fazer a armadura da ‘área vital’ do robô, dentro dela estavam todos os componentes para sua movimentação e qualquer dano poderia desativar o robô“, afirma Haroldo Lucredi, coordenador de projeto mecânico da  Phoenix. Além da resistência,  o estudante ressaltou a menor densidade e a maior maleabilidade do alumínio, que possibilitou fazer reparos rapidamente e não deixar zonas frágeis devido à fadiga.
 
Além de constatarem que o alumínio contribui para o sucesso dos projetos vencedores, alunos e professores também concordam em outro ponto: as competições universitárias são importantes para os estudantes aplicarem todo conhecimento teórico adquirido nas salas de aula e, durante o projeto, atuarem em  diversas áreas, facilitando depois na escolha da carreira.

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