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A escolha pela Indústria 4.0: a inovação necessária

Fazem parte da Indústria 4.0 sistemas que têm parte no ciberespaço e parte no mundo concreto, como a IA, Nuvem, IoT, entre outras.

Por: IT Forum 365      28/11/2019 

Uma fábrica em que todos os setores estão em comunicação constante e a produção é realizada de acordo com a demanda, do modo mais eficiente possível. O setor de estoque sabe exatamente o que enviar para a linha de produção, e o centro de distribuição tem informações exatas, em tempo real, dos produtos que irá receber. A produção pode ser ajustada a qualquer minuto de acordo com a demanda, e é extremamente simples e fácil fabricar pequenas quantidades de itens com grande proporção de personalização.

Em algumas décadas, praticamente toda fábrica seguirá estas regras. Trata-se da Indústria 4.0, a Quarta Revolução Industria, baseada na digitalização e interdependência de processos individuais, em que decisões são tomadas rápida e eficientemente. Fazem parte da Indústria 4.0 sistemas ciberfísicos, ou seja, que têm parte no ciberespaço e no mundo concreto, como a Internet das Coisas, Cloud Computing, Impressão 3D e Inteligência Artificial.

O objetivo da Indústria 4.0 é permitir a produção de produtos "inteligentes" e customizados, a custos baixos e em prazos curtos. A Indústria 4.0 irá obrigar empresas e governos a reverem métodos de fabricação e de gestão.

O investimento na adequação total de uma planta às tecnologias da Indústria 4.0 é custoso, sem dúvida, e levará ainda certo tempo para que o parque industrial brasileiro deixe totalmente para trás a Terceira Revolução Industrial, nascida após a Segunda Guerra Mundial, caracterizada pelo nascimento e popularização da eletrônica, robótica, computação e outras tecnologias baseadas em dados.

Os números do projeto "Indústria 2027", realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), com execução técnica dos institutos de economia das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual de Campinas (Unicamp), mostra que 21,8% de 759 grandes e médias empresas entrevistadas querem estar totalmente digitalizadas em nove anos. Hoje, apenas 1,7% das empresas brasileiras seguem totalmente os preceitos da Indústria 4.0.


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Estes números revelam que o mercado da Indústria 4.0 está começando a ganhar impulso no País. A adoção da impressão 3D, por exemplo, está sendo vista pelas pequenas e médias empresas como uma estratégia para aumentar produtividade e cortar custos. A impressão 3D também é chamada de manufatura aditiva, pois fabrica um item camada a camada ou partícula a partícula. Nos processos convencionais, as manufaturas subtrativas, as peças são criadas a partir de cortes sucessivos em um bloco sólido de material. São processos mais lentos e caros, sendo então viáveis apenas para a fabricação de grandes volumes.

Nas tecnologias de manufatura aditiva, as informações do item a ser fabricado são colocadas em um arquivo digital, que é enviado diretamente para a impressora 3D. É um fluxo de trabalho sem intermediários, que torna possível a fabricação descentralizada. Por exemplo, o projeto digital pode ser feito em um país e fabricado em outro, eliminando custos de transporte.

Entre as principais aplicações da impressão 3D estão a prototipagem rápida e a obtenção de peças customizadas ou mesmo inteiramente personalizadas. Essa tecnologia permite que elas sejam fabricadas rapidamente e em volumes baixos, algo praticamente inviável quando se pensa nos processos tradicionais. Além disso, é possível imprimir em 3D itens de grande liberdade de design e geometria, que não poderiam ser obtidos de outra forma.

O fato de pequenas e médias empresas brasileiras já estarem aderindo a processos da Indústria 4.0 como a impressão 3D indica que o setor já reconheceu que se trata de um caminho necessário e que os métodos de produção convencionais se tornam mais e mais obsoletos a cada dia que passa. O setor industrial do País encara um enorme desafio, que pode se transformar em excelente oportunidade para a construção de uma cultura de negócios voltada à inovação.

 

*Por Anderson Soares, Territory Manager da Stratasys no Brasil

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