Convergência tecnológica e cadeia de suprimentos são base da Indústria 4.0

Afirmação foi feita pelo Diretor Regional do Senai/SC, Jefferson de Oliveira Gomes, no 1º Encontro da Série o Brasil que o Brasil Quer 2016, iniciativa em parceria entre o grupo Estadão e a Siemens.

Para ingressar na Indústria 4.0, o Brasil pode seguir exemplo de países como Estados Unidos, Alemanha e China, que adotam duas vertentes para enfrentar o desafio: identificar possibilidades de convergência tecnológica e fomentar o desenvolvimento das cadeias de suprimento. A sugestão foi feita por Jefferson de Oliveira Gomes, diretor regional do Senai/SC (entidade da Fiesc), durante o 1º Encontro da Série o Brasil que o Brasil Quer 2016, promovido pelo grupo Estadão, em parceria com a Siemens. O debate foi veiculado no sábado (18) pela Rádio Estadão e será a base para conteúdos em mídias digitais, no site do projeto. As discussões também contaram com a participação de Renato Buselli, vice-presidente Sênior da Divisão Digital Factory da Siemens, e Luis Gustavo Fernando Mamede, gerente para Sistemas da América do Sul da Linde do Brasil. 

Gomes (esq.) destacou que tecnologias estão ao alcance de empresas de todos os portes.
Imagem: Divulgação

Os debatedores abordaram os diversos aspectos relacionados ao quarto ciclo da revolução industrial, também chamado de manufatura avançada, digitalização ou de internet das coisas. Gomes destacou que o fenômeno pode ser observado no dia a dia das pessoas, por meio especialmente dos aplicativos inteligentes de dispositivos móveis. Além disso, essas tecnologias estão ao alcance de empresas de todos os portes. “A digitalização facilita a vida das pessoas. Se facilita é bom para as micro, para as pequenas e para as startups”, asseverou. Ele enfatizou a importância da formação de profissionais aptos a atuar nesse novo paradigma de negócios e de tecnologia. “Qual é o profissional que estamos formando?”, indagou.

Buselli salientou que a digitalização amplia a participação do consumidor no processo de produção. O cliente não apenas escolhe entre os diversos produtos ou suas opções, mas força a flexibilização e uma customização de massa; participa do desenvolvimento, destacou. Nesta nova configuração dos negócios, “é necessária redução de custos, redução de perdas e defeitos e melhoria da eficiência energética, para suprir o aumento de custos decorrentes da customização e flexibilização”, disse. Além disso, assinalou que a concepção do projeto independe da localização da produção. Em seu entendimento, muitos dos produtos já não serão produzidos, mas “impressos”, em impressoras 3D. Neste sentido, ele constata que o Brasil já não sentirá os efeitos negativos da precariedade e de custos elevados de sua infraestrutura de transportes e poderá voltar a participar da cadeia mundial de valor.


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Ao lembrar que a digitalização tem forte embasamento na análise de informações, Mamede salientou que as empresas já tem acesso a uma grande quantidade de informações sobre o mercado. Ele disse que cada clique que alguém dá ao navegar na Internet pode conter uma informação relevante. O desafio, segundo ele, é processar e selecionar informações relevantes para o negócio. Outro exemplo que citou foi a possibilidade de as indústrias preverem em que momento determinada máquina terá alguma pane com base em históricos de ocorrências ou no aumento do número de sensores embarcados. Segundo ele, todas as informações colhidas no comportamento dos consumidores ou mesmo na possibilidade de pane de um equipamento pode gerar novos negócios.